quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Aquecimento com Marcelo Tas

                 



Este questionário procura um diálogo e relação a partir da entrevista de Marcelo Tas (apresentador televisivo), publicada no livro Cultura Digital.br, com o texto  de Lucia Santaella, “Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura.”


Para inicio de conversa...

Na sociedade contemporânea percebem-se processos de comunicação e informação permeados pelas tecnologias e diversas mídias. Na entrevista com Marcelo Tas, chama atenção a superestimação e a subestimação da tecnologia.

1 - O entrevistado diz que valorizamos demais o termo digital, quando tudo é cultura. Ao falar sobre isto ele chama a atenção para dois polos, a superstimação e a subestimação da tecnologia. Trace um paralelo entre as ideias do entrevistado com as ideias de Lucia Santaella, no texto discutido em nosso alongamento, quando ela se refere a definição de mídia.
Resposta: A atitude de subestimar a tecnologia traz a possibilidade de uma visão errônea ao considerar o aparelho mais que a própria comunicação que ele proporciona. O outro lado, o de uma valorização extrema, transfere à tecnologia o papel que seria da própria comunicação, ou seja, valoriza-se a ferramenta em detrimento do discurso que ela conduz. Para Santaella (2003) as mídias são apenas formas de se corporificar as linguagens, de movimentá-las. Assim ela coloca a mídia ou meio de comunicação em um plano inferior ao da própria comunicação (mensagem).
2. Temos enfrentado alguns problemas com o Moodle em nossa disciplina e tenho solicitado que usem outras ferramentas disponíveis na Internet para postarem suas respostas. Discuta esta relação com a afirmação do entrevistado: "Inventou-se a motocicleta e a gente fica falando do pneu, do aro, do banquinho e não falar da viagem que a gente tem para fazer com a moto." (pp. 234)

Resposta: A forma de olhar a tecnologia não deve ser apenas como um dispositivo, mas sim, muito mais pelas suas possibilidades comunicativas, que é onde nosso foco de olhar deve se primar. Nosso objetivo não pode ser um estudo aprofundado e detalhado de cada parte da tecnologia, esta não deve ser nossa preocupação, mas sim a transmissão da mensagem que é possível através do aparelho ou dispositivo.

3. O que é relevância e discernimento, defendidos pelo entrevistado.

Resposta: Os espaços criados para a transmissão de idéias e informações, de acordo com Marcelo Tas, se consolidam com o tempo, persistência e permanência dos argumentos, convicções e posições. Nem sempre algo que esteja sendo bem divulgado tem um grau de importância ou relevância elevado. Neste caso é vital o discernimento, sobre o que lhe é apresentado, pois, sem ele o sujeito vai ficar sem um caminho seguro de informações e idéias.

4. Na entrevista Marcelo Tas fala sobre educação, função de professor e a tecnologia. Discuta o pensamento dele, vinculando-o com outro autor da área de educação.

Resposta: No contexto destas tecnologias e diversidades de transmissões de informações e mensagens o professor precisa ser um mediador do conhecimento, ao contrário de um tipo tradicional de educação onde ele era o detentor único do conhecimento. Precisa ocorrer em sala de aula um compartilhamento de informações, idéias e conhecimentos de todos os envolvidos, tanto educandos quanto educadores, com a diferença destes últimos terem a tarefa de mediarem os conhecimentos apresentados e que serão construídos coletivamente. Haidt (2002) dialoga com esta ideia onde afirma que a relação professor-aluno na construção do conhecimento não acontece de forma unilateral, portanto, o professor também constrói o seu conhecimento juntamente com o educando o que levará a uma síntese do saber de cada um (HAIDT, 2002).


5. "Então a gente já vive imerso nesta gelatina de informação e cada pessoa tem o seu filtro, sua maneira de se relacionar com isso." (pp 241). Comente esta afirmação tendo por base a caracterização da cultura digital ou cibercultura em Lucia Santaella.

Resposta: Em meio à uma “tempestade” de informações cada pessoa faz as suas escolhas, o que lhe atrai e se mostra mais interessante, considerando suas vivências e experiências. Neste sentido as mídias possibilitam o surgimento de uma nova realidade onde fica acessível uma infinidade de opções e dispositivos em uma realidade transitória. Estes meios possibilitaram uma forma de recepção em que seus usuários tem diversas escolhas e opções individualizados, criando em realidade um novo público, mais sensível e seleto.

Referências:
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7ª ed, São Paulo; Ática, 2003.
SANTAELLA, Lucia. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003.

TAS, Marcelo. Entrevista. In: SAVAZONI, Rodrigo; COHN, Sergio (orgs). Cultura Digital.br. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009. p. 231-241.
Imagens: 
capturadas em 26/01/2012

4 comentários:

  1. Jhon, meu caro, muito boas as suas colocações. Eu as percebo enxutas, talvez demais, já que o que escreve é muito pertinente, resultando em uma vontade de ler mais, saber mais. Abs,
    CR

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  2. Obrigado Brigitte, passe sempre por aqui hehe

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