quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Por que o pragmatismo? Imaginando novas formas de ensino da arte

Por que o pragmatismo? Imaginando novas formas de ensino da arte

        De acordo com uma visão pragmatista para abordar os desafios da educação para o ensino de artes, percebe-se várias idéias que dão suporte para este ensino visuais. Ao questionarmos o instituído nos colocamos em uma posição ou olhar sem medo para as mudanças.
        Nessa perspectiva consideramos, em um primeiro momento, a impossibilidade da verdade que nos possibilita a aceitação de nós mesmos como construtores do discurso, sem ter uma verdade absoluta. Prosseguindo vemos o uso da dialética como forma de construção do conhecimento, que valoriza as formas menos usuais de expressão de conhecimento.
        Por fim a idéia da arte como experiência em uma visão deweyana que proporciona uma visão mais adequada para enquadrar os gostos e práticas culturais e a experiência estética dos envolvidos com o ensino da arte.
        A arte precisa deixar de ser concebida ou vista através de uma visão que a coloca em uma posição esotérica, ou seja, intocável, que considera os trabalhos artísticos como “obras”. Ela precisa ser reconhecida como relatos abertos à investigação, não é algo pronto e acabado. É um resumo de experiências que podem ter infinitas interpretações, compreendendo que a essência e o valor da arte está em sua atividade experimental.
        O reconhecimento da arte como relatos abertos pressupõe: a neutralidade elitista com uma experiência estética aceita pela maioria; contextualização histórica e cultural sem o isolamento de seus elementos e, por fim a compreensão nos termos de experiências de vida.
        As concepções estéticas nos possibilitam um estímulo para a restauração da continuidade entre as obras de arte e as experiências do cotidiano. Estas possibilidades aliadas com outros processos vitais trazem a ampliação do campo de estudo. Nesse sentido a cultura visual ganha espaço, considerando sua grande contribuição para as formas culturais que fazem parte da vida da maioria da população contemporânea.
        A visão pragmatista se coloca em um importante espaço para transformar a arte de forma a abrir caminho para a inclusão de novas formas de produção estética e promover uma agenda ética, social e política. Uma arte erudita, usada como instrumento legitimador de uma determinada classe e ideologia hegemônica, se abre para possibilidades de aplicações diferenciadas.
        Por fim, no diálogo com a arte popular, encontramos uma tentativa de rompimento entre a arte culta e a vida, o que resulta em certo fracasso ao olharmos as expressões artísticas populares como as de Picasso e Duchamp que abrem ainda mais a lacuna das diferenças entre o erudito e popular, reforçando o sentimento de ignorância e inferioridade da arte reconhecida como popular. Nesse sentido a estética pragmatista pode ajudar na transformação de nossa visão, quando induz nosso olhar para a experiência que envolve e estimula e não apenas no objeto.



Resumo - Unidade 1 – Questões Multiculturais para o ensino da arte – Modulo 07



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